7 Fevereiro 2017      11:23

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AS MULHERES NA LIDERANÇA SÃO MAIS PRAGMÁTICAS...

Chama-se Sónia Ramos, é Licenciada em Direito e Mestre em Gestão e Políticas Ambientais e tem duas filhas. Gosta de jardinagem, bricolage, poesia e música clássica. Desempenha funções de Diretora Regional da Segurança Social e foi eleita líder distrital do PSD de Évora. Numa conversa que tivemos com ela quisemos saber ao que vem.

Tribuna Alentejo: Uma mulher na política embora não nos devesse surpreender parece-nos ainda hoje algo de notável sobretudo quando esta chega à liderança distrital de um partido. O apelo para a participação na vida política acontece quando?

Sónia Ramos: Em 2003, embora antes dessa data já estivesse envolvida como simpatizante.

Como cidadã sempre fui atenta aos destinos do meu concelho e achei que poderia dar o meu contributo a nível autárquico. Em 2006 assumo pela primeira vez a Presidência da Comissão Política de Secção de Montemor-o-Novo, o meu concelho, e que liderei cerca de 10 anos. Em 2008 fui convidada a integrar a Comissão Politica Distrital de Évora do PSD como Vogal e em 2010 como Vice-presidente, cargo que exerci até ser eleita Presidente, no passado dia 11 de Novembro.

Foi um percurso natural e evolutivo, que foi acontecendo, porque sempre me empenhei genuinamente em tudo aquilo que faço, e isso terá contribuído para ter chegado até aqui.

Tribuna Alentejo: As questões de igualdade de género parecem-nos bem vivas quando se discute oportunidades, salários, lugares de topo nas administrações públicas e privadas. O que considera que distingue um homem de uma mulher na liderança, se é que encontra diferenças?

Sónia Ramos: Tem razão, a Igualdade de Género é um dos temas da actualidade. Considero que as mulheres na liderança são mais pragmáticas, racionais e muito focadas na superação de objectivos. Distinguem muito bem o essencial do acessório, são muito exigentes mas justas. Detêm aquilo que se chama de “inteligência emocional” – racionalidade e afetos. É essa a chave do sucesso na liderança de Equipas.

 

Tribuna Alentejo: Foram umas eleições disputadas, com duas candidaturas em alternativa. A Dr.ª Sónia Ramos representa de alguma maneira uma ruptura ou uma continuidade de políticas e de visão?

Sónia Ramos: Julgo que a questão não se pode colocar dessa forma. De facto, haverá continuidade naquilo que se revelou bem-sucedido, mas rutura com os procedimentos ou politicas fracassadas.

Mas o projeto que lidero fará diferente. Pugna por uma grande proximidade aos militantes, pela horizontalidade da informação, pelo respeito e pelo reconhecimento do empenho e do contributo de todos os militantes, pela abertura do partido à sociedade, por ser essencial aos partidos ter capacidade de atrair a massa crítica da comunidade.

 

Tribuna Alentejo: O que julga que levou a maioria dos militantes a entregar-lhe a liderança?

Sónia Ramos: O trabalho e empenho demonstrados ao longo dos anos no PSD, quer na minha secção, quer na distrital. A campanha que desenvolvi numa ótica de proximidade aos militantes e às secções, ao longo de 9 meses, também terá contribuído para criar um dinamismo que galvanizou os militantes em torno da minha candidatura.

A vontade de reimplantar o PSD no distrito e a profunda convicção de que o conseguirei fazer. Sempre acreditei que os militantes me dariam uma oportunidade de fazer diferente e a extraordinária Equipa que consegui mobilizar foi absolutamente determinante para o sucesso da minha lista.

Tribuna Alentejo: Que maiores desafios identifica neste momento para o PSD? E que ameaças?

Sónia Ramos: O maior desafio tem a ver com o aumento da nossa representatividade no território, que por razões históricas e sociológicas tem tido pouca expressão. Outro grande desafio que identifico tem a ver a necessidade de abertura do partido às forças vivas da comunidade, agentes económicos, meio académico, etc.

Tribuna Alentejo: O PSD tem de alguma maneira se afirmado no panorama autárquico em Évora, contudo não tem Câmaras e na capital de distrito é a terceira força política. Prevê mudanças nesta realidade? Com enfrentará o PSD as eleições autárquicas em 2017 no distrito de Évora?

Sónia Ramos: O PSD de Évora enfrentará as autárquicas de 2017 com muita esperança e tranquilidade.

Será um momento político importante, sem dúvida, e por isso mesmo renovámos a maioria dos órgãos que compõem a distrital, porque a renovação em política é fundamental, bem como a alternância e daí também acreditar que localmente, em cada concelho, exista espaço para crescimento, quer do número de mandatos eleitos quer da melhoria de resultados, globais.

Quero querer e estou convicta de que temos territórios em que o PSD, definitivamente, se vai afirmar como alternativa, imediata e de médio prazo.

Teremos um projecto político estruturado e coerente, moderno, diversificado, protagonizado por homens e mulheres que corresponderão às expectativas dos cidadãos, seus eleitores, em cada concelho, e, sem dúvida, sempre alicerçado nos valores da social-democracia.