9 Agosto 2016      12:54

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MOBILIDADE EUROPEIA, JOVENS E DEMOCRACIA

A juventude e os valores para a construção do sonho europeu de democracia, liberdade e mobilidade de pessoas e bens, devem ser entendidos como pilares fundamentais para a sustentação da Europa como um continente de desenvolvimento, defesa dos Direitos Humanos e da paz entre os povos.

Escrever sobre estes temas vem, entre muitos outros projectos, dos últimos 2 cursos de formação que a associação a que presido, Mundus Intercultural, desenvolveu nos últimos 30 dias.

A Mundus Intercultural, ONG sediada em Évora, recebeu no primeiro curso jovens de vários países da Europa para realizar uma formação na área de Direitos Humanos que, tendo como base uma perspectiva partilhada sobre o tema, teve a possibilidade de, para além do trabalho formativo, mostrar as pessoas, a música, a gastronomia, o conhecimento, no fundo todo o valor da forma de receber e da cultura portuguesa.

Em relação ao segundo curso, tendo como assunto central os refugiados, foi realizado na Turquia, onde 5 jovens portugueses tiveram a oportunidade de se formarem sobre um tema que é crucial nos dias de hoje, além do mais, num país que está extremamente próximo desta realidade.

Ao mesmo tempo, tal como aconteceu em Évora, conheceram um país diferente, estiveram com outros jovens de várias nacionalidades e levaram “um bocadinho” de Portugal para o estrangeiro.

Esta mobilidade de pessoas, tendo como pano de fundo um programa europeu de aquisição de conhecimentos, competências e formação, leva ao conhecimento do outro, daquilo que é diferente, no fundo da complexidade do mundo e da riqueza da diferença.

Não devemos todos reflectir sobre a preciosidade que é sermos diferentes, termos vários hábitos e culturas, cores e religiões num chapéu comum que é a Europa? Não devemos continuar a fomentar estas experiências entre países? É pela diferença que nos devemos separar?

Espero que não, espero que a Europa não fique abalada por saídas de países, atentados, tentativas de golpe de Estado ou pela crise económica, mas que pense na promoção da paz entre os povos, na eliminação do ódio e do medo pela diferença, centrando-se naquele que deve ser o seu principal objectivo – a união como força para resolver os problemas comuns num território comum, sendo a mobilidade um enorme contributo.  

Imagem de capa daqui.