Durante os próximos meses, vão passar pelo Centro de Alto Rendimento (CAR) de Rio Maior mais de 200 atletas brasileiros, com o objetivo de retomar a preparação olímpica para Tóquio2020, depois da interrupção provocada pela pandemia de covid-19.
Em declarações à agência Lusa, Marco La Porta, vice-presidente do Comité Olímpico do Brasil (COB), revelou que, após o adiamento dos Jogos Olímpicos, foi necessária a procura de uma solução para os atletas poderem recomeçar a treinar, e que o CAR de Rio Maior foi a primeira opção.
“A nossa relação com Rio Maior é antiga. Quando estive na Confederação de triatlo tivemos um projeto aqui durante seis anos, com atletas a prepararem-se para os Jogos do Rio. Além disso, a relação com Rio Maior estava em vias de se estreitar, pois o CAR estava para ser designado como uma das nossas bases de treino para os Jogos de Paris, em 2024. Portanto, quando surgiu a ideia de treinar fora do Brasil, Rio Maior sempre foi a primeira opção”.
Já Diva Cobra, presidente do Complexo Desportivo Rio Maior Sports Centre (DESMOR), confirma que “estávamos a preparar um contrato para 2020-2024, porque fazia todo o sentido para o Brasil ter uma base europeia. Tudo se precipitou com esta questão da pandemia e com o facto de os atletas não conseguirem treinar, o que criou alguma ansiedade. Nós tínhamos condições e montámos uma mega-operação em três semanas, trabalhando dia e noite”.
A presidente do DESMOR confessa que houve algum “choque” quando as instalações tiveram de ser encerradas com a paragem do desporto desde meados de março, e que foi com alegria que viu o COB escolher Portugal, e concretamente Rio Maior, para recomeçar a preparação para a competição olímpica.
“Para nós foi muito importante, económica e financeiramente, esta vinda do COB, ao garantir uma ocupação estável até ao final do ano”, sublinhou Diva Cobra, acrescentando que a estadia dos atletas brasileiros trouxe mais visibilidade à estrutura sedeada em Rio Maior. O CAR de Rio Maior está a ser procurado “por outros países, que veem uma base de treino segura, e isso é o que os atletas procuram neste momento”.
Marco La Porta refere ainda que “no Brasil percebemos que outros países já estavam a retomar os treinos e os nossos atletas começaram a ficar ansiosos por ver os seus adversários a trabalhar normalmente e eles impedidos de fazer o mesmo. Vir para cá está a ser muito proveitoso e muito importante, pois não podíamos perder mais tempo. Falta um ano para os Jogos e os atletas não podiam ficar mais tempo parados. Esta vinda para Portugal foi fundamental”.
Recorde-se que os Jogos Olímpicos Tóquio2020 foram adiados para 2021 devido à pandemia de covid-19, estando marcados para decorrer de 23 de julho a 8 de agosto do próximo ano.