Humildade, legalidade e rigor

Sinceramente não entendo qual a razão do título deste artigo. Para quê palavras tão fora do comum? Haverá necessidade de destacar conceitos tão clássicos?

É recorrente haver soluções fáceis para problemas complexos. Na sua maioria são soluções informais cuja análise e divulgação é feita em contexto informal. Conversas de café, comentários em redes sociais e outras modas que levam a grande divulgação de potenciais soluções para grandes desafios da sociedade.

Óbvio para mim, e espero que para muitos leitores, que o rigor faz parte da vida. Não só da vida de cada ser humano mas também  da natureza. Notem, por exemplo, o rigor das marés, o rigor dos percursos da água após uma chuvada, o rigor do odor quando se acumulam resíduos domésticos, o rigor do comportamento dos solos em períodos de seca. O rigor até parece complexo… mas sê-lo-á? Sejamos rigorosos!

E a legalidade? Quem terá inventado essa fantástica forma de viver em sociedade com um conjunto de regras? Fará sentido? Vivemos no conforto que é fruto de milhares de anos de maturidade de diversas regras sociais. Somos tentados, de forma frequente, a reclamar diversas liberdades. Naturalmente que não coloco em causa todas as devidas condenações quando é violada uma liberdade essencial (seja qual for). Por outro lado, registo com extremo espanto a forma como nós, os seres humanos, tantas vezes investimos o nosso tempo e usamos do máximo rigor possível para tentar verificar a brecha nas regras, para tentar justificar que aquilo que cabe nas regras existentes deveria antes ser uma exceção (à regra, pois claro!). Na maior parte das vezes não será mais fácil, pura e simplesmente, seguir a legalidade? …

Em 1954, Ernest Hemingway ganhou o Prémio Nobel da Literatura. Quanto à Humildade não me sinto no direito de tecer quaisquer considerações. Deixo apenas essa grande citação deste ser fantástico que, mais do que falar por si, transmite tanto em tão poucas palavras: “O segredo da sabedoria, do poder e do conhecimento é a humildade”.