19 Fevereiro 2020      14:16

Está aqui

Humana recolheu no Alentejo mais de 202 toneladas de roupa usada

A Humana Portugal, associação sem fins lucrativos, recolheu mais de 202 toneladas de têxtil usado no Alentejo em 2019. Este valor corresponde a cerca de 456 mil peças de roupa que têm uma segunda vida graças à reutilização e à reciclagem.

Em comunicado aquela associação considera que a reutilização do textil é importante para o ambiente. "Considerando que por cada quilo de roupa reutilizado e não incinerado evitamos a emissão de 3,169 kg de CO2 de acordo com um estudo da União Europeia, é essencial dar destaque ao tratamento dos recursos têxtis como combate às alterações climáticas. Por conseguinte, ao recuperar 202 toneladas de têxtil significa que se deixou de emitir mais de 641 toneladas de CO2 para a atmosfera".

Os portugueses deitam fora aproximadamente 200.000 toneladas de roupa usada anualmente, parte da qual vai parar aos caixotes do lixo indiferenciados. Apesar de, na sua totalidade, os resíduos têxteis perfazerem cerca de 4% de todos os resíduos produzidos no nosso país, tem se verificado nos últimos anos uma subida do seu volume, devido a uma realidade que não é exclusiva a Portugal, mas comum a todo o mundo ocidental como resultado da fast fashion – moda acessível que segue tendências muito efémeras e que, por isso, se torna obsoleta num curto espaço de tempo. 

Segundo Filipa Reis, promotora nacional da Humana em Portugal “é fundamental a consciencialização da população, sobretudo dos mais jovens, já que estará futuramente nas suas mãos a proteção ambiental e este passo só pode ser dado através da educação”.

O trabalho da Humana desenvolve-se em estrita relação com os municípios para a instalação de contentores que garantem uma segunda vida a cada peça de roupa desperdiçada. A associação terminou o ano com 826 contentores verdes distribuídos por todo o país através de mais de 142 parceiros públicos e privados. Trata-se de um modelo de gestão sustentável dos resíduos que apoia as administrações locais a atingir o objetivo da recolha seletiva de têxteis obrigatória em 2025 por parte de todos os estados membros, imposta pelas diretrizes da União Europeia. 

De acordo com Filipa Reis, “todas as partes implicadas devem redobrar os esforços para aumentar os valores de recolha seletiva, não só para respeitar o objetivo imposto por Bruxelas, mas também para potencializar o benefício ambiental e social da roupa usada”, acrescenta.

O serviço de recolha de têxteis é gratuito e representa uma poupança significativa nos gastos de recolha e tratamento dos resíduos urbanos, fomenta a economia circular e o emprego verde.