5 Fevereiro 2021      11:10

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Hospitais de Beja, Évora e Barreiro recusam acompanhantes no parto

Os hospitais de Beja, Évora e Barreiro estão a negar o direito a acompanhante às mulheres em trabalho de parto, expresso na Lei 110/2019, denunciou Sara do Vale, uma das representantes da Associação Portuguesa pelos Direitos das Mulheres na Gravidez e Parto.

Durante a audição da Comissão Eventual para o acompanhamento das medidas de resposta à pandemia de covid-19, nesta quinta-feira, Sara do Vale afirmou que, “peremptoriamente, dizem às mulheres que não vai haver acompanhamento no parto. Nos hospitais de Évora e Beja não há acompanhamento, de todo. E dizem às mulheres (não por escrito, mas ao telefone e presencialmente) que se não quiserem assim, podem ir parir para outro sítio”.

Mais recentemente, Sara do Vale diz ter recebido “a denúncia e um pedido de ajuda de uma mulher do Hospital do Barreiro porque lhe disseram que, mesmo com o teste covid negativo, não poderia ter acompanhante em nenhum dos momentos, nem no parto nem na fase de expulsão. Isto é muito preocupante”.

De acordo com a Renascença, a responsável referiu ainda o caso do Hospital de Vila Franca de Xira que, apesar de permitir acompanhante, no caso de a mãe testar positivo para a covid-19, é separada do bebé, não o pode amamentar e é colocada com os outros doentes infetados.

Susana Amador, deputada socialista, garantiu que vai apurar porque é que esses hospitais não estão a cumprir a lei e as orientações da Direção Geral de Saúde (DGS).

Na audição foi ainda destacada a maior dificuldade que as grávidas têm no acesso a consultas de seguimento e exames, em tempo de pandemia. Além disso, Sara do Vale referiu que os partos feitos em casa, sem assistência, “são preocupantes”, uma prática que tem crescido.

Outra preocupação manifestada tem a ver com a mortalidade materna, que tem vindo a subir e registou o pior resultado em 2018. Do ano passado ainda não há dados e, portanto, ainda não é claro o impacto da pandemia.