20 Agosto 2017      12:36

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ÉVORA: LABORATÓRIO HERCULES IDENTIFICA CORES ORIGINAIS DO MOSTEIRO DA BATALHA

Azul, vermelho e dourado. Eram estas as cores originais dos túmulos de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, no Mosteiro da Batalha.

Cinco séculos de vida foram mais que suficientes para desbotar e fazer desaparecer as cores originais da Capela do Fundador do Mosteiro da Batalha, panteão de D. João I, D. Filipa de Lencastre e da Ínclita Geração. A exuberância da cor foi-se perdendo com os estragos das Invasões Francesas, o fim das Ordens Religiosas que preservavam os espaços e os restauros do século passado que foram despindo a Batalha de cor.

Mas o nosso desconhecimento sobre essas cores originais terminou com a investigação científica pioneira em Portugal que envolveu o Laboratório Hercules da Universidade de Évora e que identificou as cores originais daquele espaço que é um dos mais procurados pelos turistas que visitam Portugal.

A equipa coordenada pelo cientista António Candeias, diretor do Laboratório Hercules, fez um levantamento fotográfico técnico e de ultravioleta e recolheu mais de meia centena de micro amostras da arca tumular do casal real D. João I e D. Filipa de Lencastre e nos pilares da Capela.

Estas micro amostras foram posteriomente submetidas a diferentes técnicas analíticas complementares no laboratório e as conclusões são inequívocas, os túmulos em análise estavam coloridos com cores fortes, como o azul, o vermelho e o dourado.

A fim de disseminar os resultados científicos do projeto, está a ser desenvolvida uma aplicação para permitir uma reconstrução 3D virtual da policromia original da Capela do Fundador, juntamente com uma explicação dos pigmentos e técnicas utilizadas e dos significados simbólicos de cor utilizada.