26 Fevereiro 2021      10:37

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Évora vai coordenar dois novos laboratórios com quase 650 investigadores

A Universidade de Évora (UÉ) vai coordenar dois novos laboratórios associados, com um total de quase 650 investigadores, um sobre Mudança Global e Sustentabilidade em Portugal e o outro na área do Património, Artes, Sustentabilidade e Território.

De acordo com a UÉ, esta é a “primeira vez” que a instituição vai coordenar dois novos laboratórios associados, financiados pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT). De acordo com a academia, os laboratórios “são infraestruturas que visam atingir metas estabelecidas no âmbito da política científica e tecnológica em Portugal”.

Uma destas estruturas chama-se CHANGE (mudança, em português) e é dedicada à Mudança Global e Sustentabilidade em Portugal, enquanto a outra, o IN2PAST, está centrada no Património, Artes, Sustentabilidade e Território.

A universidade lembra ainda que, nos últimos anos, tem estruturado a sua atividade “em torno de áreas âncora”, em que a agricultura, a alimentação e ambiente, o mediterrâneo e as ciências do património “ocupam um lugar central”.

Ana Costa Freitas, reitora da UÉ, salienta que a atribuição do estatuto de laboratório associado aos dois consórcios de instituições de Investigação e Desenvolvimento (I&D) liderados pela UÉ reafirma “que o projeto estruturante” da universidade “está no caminho certo”.

O CHANGE, coordenado por Teresa Pinto Correia, conta com uma “equipa de 316 investigadores integrados”, sobretudo em Évora, Beja, Faro e nos Açores, e quer “promover ligações interdisciplinares e contribuir para tornar o ambiente mais resiliente e economias mais sustentáveis”, resumiu a academia.

Este laboratório envolve o MED - Instituto Mediterrâneo para Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento da UÉ, o Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade (CENSE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e o Centro de Ecologia, Evolução e Mudanças Ambientais (CE3C) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

Teresa Pinto Correia exemplificou que “quando um produtor se vê confrontado com a escassez ou a redução da água disponível e tem que equacionar como vai mudar o seu sistema produtivo”, é preciso “encontrar alternativas”. Torna-se necessário “construir soluções de política pública que contribuam para uma economia competitiva, mas também eficiente no uso dos recursos e ambientalmente sustentável e que, de facto, possa ajudar o país a fazer face às alterações climáticas e a todas as alterações globais em curso e as futuras”.

Já o IN2PAST, coordenado por António Candeias, está vocacionado para a preservação, estudo e promoção do património cultural e pretende “fazer do património e das artes atores centrais no desenvolvimento da sociedade, tornando-os significativos, sustentáveis e acessíveis num mundo cultural em constante mudança”.

A UÉ disse ainda que os objetivos do IN2PAST passam por “atrair talento para a estratégia nacional de emprego científico e carreiras científicas”, assim como “ser um ator fundamental para as políticas públicas na área do património, das artes e da memória coletiva”.

Este consórcio conta com uma equipa de 331 investigadores, bem como equipamentos “únicos no mundo para o estudo do património”, localizados sobretudo no Laboratório HERCULES da UÉ, e é constituído por sete unidades de I&D de cinco universidades portuguesas.

O coordenador deste laboratório, António Candeias, acrescenta ainda que “abre-se agora uma nova oportunidade para o estudo e intervenção nas áreas do património cultural, das artes e das políticas de memória, suportado pelo desenvolvimento da carreira de investigação nestas mesmas áreas”, que “combina investigação multidisciplinar e transdisciplinar” – química, arqueologia, estudos artísticos, história, estudos musicais antropologia – com “uma capacidade laboratorial instalada de Évora ao Minho”.

 

Fotografia de visitevora.net