14 Janeiro 2021      11:42

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EDP investe no Alqueva para compensar encerramento da central de Sines

À meia-noite do dia de hoje, 14 de janeiro, a central a carvão da EDP em Sines finalmente fechou as suas portas. Ao todo, são 1.256 MW de potência instalada que saem do sistema elétrico nacional, pelo menos dois anos antes do que chegou a estar previsto pelo Governo.

De acordo com o jornal ECO, “a EDP recebeu autorização da Direção Geral de Energia e Geologia sem qualquer restrição, para encerramento da central de Sines”, revelando que “tem estado sempre disponível para colaborar com o Governo no que respeita a garantir a segurança do abastecimento, e sempre que tal é necessário, estando a realizar investimentos na central do Alqueva para reforço da prestação de serviços de sistema (a nível do controlo de tensão)”.

Tal como Sines, a barragem do Alqueva situa-se no sul do país e poderia ser chamada a intervir como backup do sistema elétrico num cenário de pico. A empresa não revela o valor desses investimentos específicos para o Alqueva, mas garante que são trabalhos de manutenção e prevenção já previstos para a barragem.

Recorde-se que António Martins da Costa, administrador da EDP, já tinha revelado no Green Economy Forum 2020 que “a EDP tem colaborado com o Governo para garantir a segurança de abastecimento do sistema elétrico nacional com a saída do carvão”, acrescentando que “há uma preocupação grande” em garantir essa segurança na passagem para as renováveis.

Segundo o ECO, fonte da EDP confirma agora que “o agravamento fiscal sobre o carvão foi um dos fatores — embora não o único — que contribuiu para o encerramento da central”. Em Sines, “o stock de carvão remanescente é residual”, diz a EDP, mas a central “continua disponível para funcionar, caso seja necessário, até ao fim”.

Do lado do Governo, o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, destacou que a central termoelétrica de Sines era responsável por 15% das emissões em Portugal e garantiu ser 100% seguro para o sistema elétrico nacional acabar com o carvão em Sines já em janeiro em 2021, com base nas avaliações feitas pela DGEG e pela REN, “em face da redução de consumos que existiu também consequência da pandemia de covid-19, e com uma concertação da manutenção de todas as outras infraestruturas que produzem eletricidade e que podem ser backups”.