8 Junho 2017      11:27

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E A VENEZUELA?

Mais de dez mil feridos, mais de meia centena de mortos, vídeos em que as forças de segurança roubam pertences de cidadãos, escassez de comida e prateleiras vazias nos supermercados – é este o estado de sítio em que se encontra a Venezuela. Há 60 dias que o povo Venezuelano se manifesta nas ruas frente a uma enorme repressão policial, protestando contra o estado em que o País se encontra e contra a reforma que Nicolás Maduro quer fazer para reforçar os seus poderes políticos no País. Enquanto isto vão aumentando o número de presos políticos, em que muitos deles são impedidos de receber as suas Famílias para os visitar. Há prisões em que se passa fome e começa a existir um acumular de doenças.

É certo que a Venezuela geograficamente está distante de nós, mas ainda hoje mantém relações comerciais com algumas construtoras, tem milhares de imigrantes Portugueses e nos tempos de José Sócrates era um dos principais parceiros internacionais. Quem ainda se recorda da venda dos computadores Magalhães e da grande amizade entre Chavez e Sócrates?

O salário mínimo na Venezuela é de 65 mil bolívares, o custo de 1kg de carne custa 15 mil,  1l de leite e 1kg de pão custam +/- 10 mil bolívares. O País não pode continuar a ser governado desta forma e a alimentar o ódio contra os manifestantes e a sua oposição que simplesmente reivindicam os seus direitos essenciais e muitos deles, a sua própria sobrevivência. São cada vez mais as Pessoas a passarem fome.

Enquanto isto soube-se pelos jornais Norte-Americanos e pela Oposição Venezuelana que a Goldman Sachs comprou dívida ($2800 milhões) da Companhia Petrolífera Venezuelana com um desconto de cerca de 70% (cerca de $840 milhões).

Sou a favor do mercado de livre e obviamente compreendo que a Banca de Investimentos serve exactamente para financiar a economia Mundial e daí retirar o máximo de lucros legalmente possíveis. Mas com tanto funcionário que a Goldman Sachs tem provenientes dos altos quadros do mundo político e com discursos em defesa da paz, da democracia e do respeito pelos direitos mais básicos não houve ninguém que se opusessem a este investimento?

Exige-se maior pressão por parte de Países democráticos como os EUA e outros da América do Sul, da União Europeia e da própria ONU perante o desrespeito diário dos Direitos Humanos que o Governo de Nicólas Madura pratica. Em causa estão a própria dignidade humana e os direitos civis dos cidadãos Venezuelanos e de todos que vivem e trabalham na Venezuela.

Imagem de capa de Bryan R. Smith / Agence France-presse