4 Junho 2019      17:40

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Cuba honra filho da terra que levou o drama do Alentejo à literatura

O Museu Literário “Casa Fialho de Almeida” abre as portas ao público, pela primeira vez, na próxima segunda-feira, 10 de junho.

Localizada bem no centro da vila de Cuba, a casa que no final do século XIX foi a residência de Fialho de Almeida vai abrir portas ao público, no próximo dia 10 de junho, como Museu Literário dedicado à vida e obra do autor.

A casa, conservada e adaptada com o intuito de devolver à memória coletiva o escritor e o seu importante contributo para a literatura portuguesa, apresenta-se agora como Museu Literário “Casa Fialho de Almeida”, assente em três espaços distintos. Naquela que era a área de habitação encontra-se o espaço museológico dedicado às várias esferas da vida pessoal e profissional de Fialho de Almeida, enquanto nos casões adjacentes à casa o foco vai para a ruralidade e para a etnografia, temas recorrentes na escrita do autor.

Destaque-se, por exemplo, a existência de uma pequena adega no quintal, com a designação de “País das Uvas”, numa referência à obra de 1946 de Fialho de Almeida. A par destas áreas, a “Casa Fialho de Almeida” tem ainda um espaço reservado para a residência temporária de artistas, que ali queiram permanecer e desenvolver as suas obras.

Para João Português, presidente da autarquia, "apesar das homenagens ao autor que têm vindo a ser concretizadas ao longo dos anos, a autarquia está convicta de que a consagração maior será obtida com a perpetuação da sua obra através do seu estudo, para que esta possa também influenciar os trabalhos de artistas modernos. Para a prossecução com sucesso deste propósito, era necessário criar a estrutura física onde este estudo se pudesse materializar e desenvolver, sendo que para o efeito constituiuse como centro natural a sua casa de residência, numa adaptação há muito desejada pelos “fialhófilos” e pela população em geral».

Fialho D’Almeida, o médico alentejano que nunca exerceu, nascido a 7 de maio de 1857, em Vila de Frades na Vidigueira, dedicou a sua vida ao jornalismo e à escrita e foi o primeiro escritor a fazer entrar na literatura o Alentejo e o seu drama.– escritor, jornalista, crítico e panfletário – estabeleceu-se em Cuba, na Rua João Vaz, após o casamento com D. Emília Augusta Garcia Pêgo, corria o ano de 1893. Aqui viveu e aqui continuam a residir os seus restos mortais desde o seu falecimento em 4 de Março de 1911. 

A sua obra, que se pretende eternizar através deste projeto, desempenhou um papel importantíssimo no panorama literário de transição do século XIX para o século XX. A sua presença é notada nas obras de Pessoa (Bernardo Soares) a José Saramago, passando por Almada Negreiros, Raul Brandão, Teixeira de Pascoaes, Manuel da Fonseca, entre outros tantos, que a ele foram beber. A inauguração do Museu Literário “Casa Fialho de Almeida” acontece pelas 17:30 do próximo dia 10 de junho, e conta com as intervenções do Presidente da Câmara Municipal de Cuba, João Português, da Diretora Regional de Cultura do Alentejo, Ana Paula Amendoeira, do Presidente do Turismo do Alentejo e Ribatejo, António Ceia da Silva, e do Presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, Roberto Grilo.

 

Retrato de Fialho de Almeida (1891), por Columbano Bordalo Pinheiro

 

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