20 Janeiro 2016      15:24

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CONCILIAR A EMOÇÃO E A RAZÃO

SEM MEIAS NEM PEIAS

Os ambientes educacionais são lugares comuns de ações e reflexões, sustentados em pensamentos, emoções e sentimentos que fluem, provocados pela convivência de uns com os outros.

O sentir e o pensar são duas formas complementares de se compreender, decifrar e interpretar a realidade. Uma envolve o âmbito cognitivo e a outra o afetivo- emocional. Contudo, ambas concorrem para o ato de conhecer. O sentir, o pensar e o agir traduzem diferentes dimensões da identidade humana e da formação de carácter.

Assim, a escola deve ser capaz de aperfeiçoar as habilidades sociais e emocionais das crianças para que estas possam enfrentar com êxito todas as dificuldades que lhe são colocadas, ajudando-as a libertarem os seus melhores talentos e habilidades.

Portanto, para uma educação de sucesso, os professores precisam de saber educar a emoção com mestria e, ainda, trabalhar as funções mais importantes da inteligência para formar pensadores, e não apenas repetidores de informações. Logo, durante o processo de aprendizagem, é indispensável estimular a curiosidade, incentivar a descobrir e desenvolver a determinação e a persistência.

Educar a emoção é saber como motivar-se a si mesmo e manter-se determinado perante a frustração, controlar impulsos e saber como canalizar emoções, negativas e positivas, adequando o comportamento a cada momento.

Pergunto: a escola tem cabalmente desenvolvido esta tarefa? O sistema educacional atende a estas exigências? A meu ver não.

Entendo, por isso, ser vital mudar a forma de ensinar e de aprender, tendo como ponto de partida as seguintes questões: Quais são as habilidades e características que levam ao sucesso? Como é que se podem desenvolver com êxito essas competências na infância? E que tipos de intervenções podem ajudar, efetivamente, as crianças a obterem melhores resultado e saírem-se melhor ao longo das suas vidas?

Considero, também, elementar educar as crianças em valores universais, formar na ética e na integridade, na justiça e na solidariedade e não somente privilegiar o desenvolvimento da inteligência.

E, sobretudo, reconhecer a multidimensionalidade do ser, neste contexto, é essencial educar para a evolução da consciência e do espírito, de modo a compreender a importância do equilíbrio do corpo e de libertação da mente.

Naturalmente penso que é fundamental reformular o papel da escola. Perde-se tempo demais e aprende-se muito pouco sobre o ato de viver. Exige-se um conhecimento mais profundo e mais amplo em todas as dimensões, mais rico, mais integrado.

Imagem de capa daqui.