20 Agosto 2020      11:34

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Autarca de Sines aguarda com expetativa o projeto de hidrogénio verde

O presidente da Câmara Municipal de Sines, Nuno Mascarenhas, diz aguardar “com expetativa” o desenvolvimento do projeto de hidrogénio verde, considerando que é “fundamental” a criação de emprego na região do litoral alentejano.

Em declarações à agência Lusa, o autarca afirmou: “vejo com expectativa o desenvolvimento deste projeto, que será fundamental para o concelho e toda esta região, uma vez que estamos a falar de um investimento na ordem dos 1,5 mil milhões de euros que irá criar emprego”.

De acordo com o presidente, o projeto industrial de produção de hidrogénio verde em Sines, enquadrado na Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2), “poderá absorver parte da mão de obra disponível não só em virtude do encerramento da central termoelétrica, mas também devido aos impactos negativos que esta pandemia tem trazido para as empresas da região”.

Além disso, o autarca considera que as metas definidas “são exigentes para um país como o nosso e impõem uma profunda alteração ao nosso paradigma energético. O hidrogénio verde assume um papel importante em toda esta estratégia nacional, visa a criação de uma verdadeira economia relacionada com o hidrogénio em Portugal, valorizando a produção e o consumo”.

Para Nuno Mascarenhas este projeto “integra, em simultâneo, várias dimensões”, em que além da produção inclui “também processamento, armazenamento, transporte, consumo interno e externo”.

O autarca defende ainda que a estratégia do Governo relativamente à transição energética é “muito importante para a região de Sines”, e que “não se pode ambicionar ter uma menor dependência das energias fósseis e ao mesmo tempo ser contra o progresso e o desenvolvimento de novas soluções”. Estas novas soluções “podem ajudar-nos nesta transição que é tão importante não apenas para Sines como para Portugal e para o mundo. Vejo com bons olhos todo esse desenvolvimento e espero sinceramente que este projeto seja concretizado no mais curto espaço de tempo”, acrescentou.

Adicionalmente, o impacto deste projeto a nível local “será tremendo”, não só ao nível do emprego direto, como na componente da investigação e desenvolvimento “que vai atrair mão de obra qualificada e desenvolver novas áreas de negócio que não existem na região”.

Para Nuno Mascarenhas, a opção de “produzir hidrogénio a partir da água, não tendo qualquer utilização de outro tipo de combustíveis, que não sejam as energias renováveis, é algo inovador para nós, até porque Sines e toda esta região tem pago um preço de certa forma elevado pelos impactos negativos da instalação de várias unidades industriais”.

“Temos de estar preparados não só ao nível da formação da mão de obra como de outras áreas que são desafiantes, uma vez que estamos a falar em investimentos avultados que irão trazer mais pessoas para a região. Para a autarquia é importante investir em áreas como a habitação e outras de interesse para as pessoas que possam, eventualmente, fixar-se na região”, concluiu o presidente.

 

Fotografia por noticiasdesines.com