19 Outubro 2015      11:12

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A SEMANA DE TODAS AS DECISÕES

No seio do impasse político em que nos encontramos, a semana que hoje se inicia será a que desvendará o final do período referente às eleições legislativas.

Cavaco Silva voltou a reiterar que já tinha previsto o actual cenário indicando tal declaração que a sua posição já está tomada à partida.

Pese embora tenha para mim que Cavaco Silva vai voltar a deixar falar o seu partidarismo mais alto e indigitar Passos Coelho como Primeiro-Ministro, não posso deixar de considerar esta opção uma opção de alto risco para a estabilidade do País.

Isto porque, como já é por demais sabido, existe uma maioria de esquerda no Parlamento que, pela primeira vez em muitos anos, está disposta a actuar em conjunto.

Assim sendo, documentos como o Orçamento de Estado, a Lei de Enquadramento Orçamental, a tão já falada Revisão Constitucional e todas as leis de valor reforçado (que necessitam dos votos de 2/3 do Parlamento para ser aprovadas) correm sérios riscos de ser chumbadas, impedindo assim o Governo de actuar em diversas áreas.

Deste modo, dentro de alguns meses estaremos novamente em eleições, novamente com a coligação Portugal à Frente e com uma provável coligação de esquerda. O País ficará novamente em suspenso e, o pior de tudo, o País está em sérios riscos de entrar em governação por duodécimos, dado que o Orçamento deveria ser aprovado no presente mês.

Se a solução pretendida por Cavaco Silva é a estabilidade governativa e nacional, não terá outra alternativa sem ser a nomeação de Governo formado pela maioria de esquerda.

No entanto, em nome dessa mesma estabilidade, a nomeação não basta. Cavaco deverá exigir um acordo de governação para os próximos quatro anos, por forma a prevenir eventuais cisões que possam surgir.

As reuniões estão agendadas e o plano parece já estar traçado. Resta-nos aguardar e ver qual a estabilidade preferida por Cavaco: se a do seu País, se a do seu Partido.