24 Junho 2015      15:09

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PERSPECTIVA COM RUI ESPADA

Chama-se Rui Espada, é eborense e licenciado em Design. É Presidente do Núcleo Empresarial da Região de Évora. Tem formação no Programa Avançado de Gestão para Executivos da Universidade Católica de Lisboa e um Crestcom – The bullet Proof Manager. Tem formação em domótica e legislação laboral. Foi designer de comunicação em Barcelona e coordenador gráfico em Lisboa.

É Secretário da Direcção do Alenbiz – Associação de Investidores do Alentejo, Associação parceira da FNABA, Federação Nacional de Associações de Business Angels, Vice-Presidente do Conselho Geral da CIP, Confederação Empresarial de Portugal e Membro do Conselho Geral da Fundação Luis de Molina. E tem 36 anos.

Fomos conversar com ele a propósito do II Fórum Empresarial do Alentejo, que acontece amanhã. Mas a conversa estendeu-se para além disso.

 

Tribuna Alentejo:  É possível falar hoje de um Alentejo em vez de 4 alentejos (alto, centro, baixo e litoral)?

Rui Espada: Do meu ponto de vista sim, pois cada vez mais se luta por afirmar um ALENTEJO mais competitivo, atrativo, empreendedor e mais cooperante em vez de um Alentejo isolado e individualista, só assim se consegue ganhar dimensão e presença no mercado interno e internacional.

Tribuna Alentejo:  A iniciativa que o NERE promove, em conjunto com as mais relevantes associações empresariais da região, olha para os problemas dos empresários e das empresas alentejanas como se fossem comuns ou considera que são distintos e, por isso, a precisar de abordagens distintas?

Rui Espada: Sim neste ponto, as realidades são um pouco distintas, apesar de alguns problemas, poderem ser tratados com candidaturas conjuntas entre as associações empresariais da região, ou mesmo com outros agentes regionais. 
Defendemos cada empresa, empresário ou mesmo negócio, por forma a demonstrar a nossa dedicação e preocupação com os mesmo, por um Alentejo melhor e mais coeso.

Tribuna Alentejo: Trata-se da segunda edição do Fórum Empresarial do Alentejo. O que mudou desde a 1.ª edição? E o que espera concluir com este II Fórum?

Rui Espada: Estes Fórum empresariais do Alentejo surgem no âmbito de uma candidatura mais alargada do NERE ao Programa Operacional da Região Alentejo InAlentejo em Setembro de 2013. Desde o inicio que o NERE pretendia realizar este Fórum em parceria com as outras associações empresariais, por estarmos convictos que este é o caminho. Temos de estar todos unidos independentemente do trabalho especifico de cada um, na defesa dos interesses das empresas e investidores. Só assim será possível apresentar medidas e caminhos que conduzam o Alentejo ao crescimento sustentável e desenvolvimento económico.

Neste sentido o primeiro Fórum visou promover a reflexão e debate sobre as oportunidades que se colocam à região e ao setor empresarial do Alentejo no novo contexto europeu 2014-2020, nomeadamente nas áreas de atividade em que se registam especiais vantagens competitivas.  AS conclusões do primeiro Fórum vão ser apresentadas no início deste segundo Fórum e justificam a sua temática: Alentejo mais competitivo, atrativo e empreendedor. Iremos em cada Mesa/Painel debater e propor novas abordagens de forma a atingir este objetivo.  Pretende-se afirmar esta iniciativa por um espaço anual onde os empresários, investidores e entidades possam apresentar as suas ideias e expor as suas preocupações. Neste sentido, a quando da inscrição solicitamos a resposta a um conjunto de questões que serão apresentadas no Fórum para discussão.

Tribuna Alentejo: Como está a lidar a classe empresarial, na sua opinião, com um novo quadro comunitário de apoio, o Alentejo 2020? As expectativas estão adequadas à realidade da sua execução?Rui Espada: Os empresários estão muito expectantes e ansiosos, mas terão de pensar e preparar bem as suas ideias e os seus projetos, para não haver surpresas no futuro. O novo quadro comunitário é bastante ambicioso e tem um conjunto de indicadores muito claros e objetivos. A Associação tudo fará para informar, apoiar e esclarecer os empreendedores e empresários que pretendam aceder aos fundos e contribuir para uma boa execução técnica e financeira do Programa, para que os objetivos sejam cumpridos, de forma a garantir o valor acrescentado para a região e para as empresas através de uma seleção dos projetos que contribuam para um Alentejo mais competitivo, atrativo e empreendedor. 

 
Tribuna Alentejo: Em vésperas da inaguração do novo Centro de Negócios do Alentejo é possível antecipar que valor acrescentará este aos negócios no Alentejo?
 
Rui Espada: O Centro de Negócios do Alentejo será um espaço diferenciador, de cooperação, de negocio. Estamos a elaborar um Plano de ação anual que contempla um vasto calendário de ações de estimulo à inovação, ao empreendedorismo e criatividade. Mensalmente serão organizados encontros de matching empresarial, apostado na cooperação entre empresas e iniciativas de apoio à internacionalização e crescimento das empresas. Mensalmente será lançada uma exposição/mostra de cariz empresarial.

O que pretendemos é criar um espaço de negócio, em que os empresários se sintam "em casa" , com uma oferta de multisserviços à medida das necessidades das empresas. Será uma infraestrutura que trará de certo, valor acrescentado, aos empresários e a certeza de que ... JUNTOS FAZEMOS MELHOR.

 
Tribuna Alentejo: A política está neste momento cheia de referências a problemas originados por diferenças e bloqueios geracionais, de pensamento, de acção, de poder. Encontra nos negócios e nas empresas algum paralelismo, sendo como é um jovem dirigente empresarial e empresário?
 
Rui Espada: Sim encontro diariamente. Diferenciando, claro o que é política, do mundo empresarial e das empresas. Muitos empresários, não conseguiram acompanhar esta transformação económica. As empresas que mais sofrem, por norma, são as familiares, pois aí ainda se torna mais complexo esta necessidade de mudança. Mesmo em ações implementadas pela nossa associação, no que diz respeito a formação-ação com  empresários, por vezes mesmo aí, os consultores externos à empresa sentem alguma resistência à mudança, por ser difícil muitas vezes, demonstrar os problemas e implementar as ajudas para esses mesmos problemas. Muitas vezes os empresários estão focados na execução diária e deixam para segundo lugar, o planeamento e a estratégia.

Somos muito fechados e cada vez mais, cooperação e partilha de conhecimentos são aspetos muito importantes para a mudança deste paradigma.