17 Setembro 2015      10:49

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O TRIUNFO DA DIFERENÇA: SINAIS DE MUDANÇA

As eleições no partido trabalhista britânico – o “labour” representam o mais recente sinal de uma mudança que se está a verificar na Europa, sobretudo na forma de abordar o problema económico-financeiro e a execução da política em relação à sociedade e às pessoas.

Esta mudança, impressa pela eleição Jeremy Corbyn, político conhecido por ter uma visão mais humanitária e solidária, por defender soluções menos agressivas para a população no que respeita a resolução da crise económica, pelo ressurgimento de uma política diferenciadora, vem claramente demarcar-se das esquerdas que nos últimos anos têm actuado no velho continente.

A Europa tem, nos últimos anos, andado a reboque de uma clara supremacia da ideologia neo-liberal, tendo como solução milagrosa a conhecida fórmula de cortes e imposições em que os países periféricos têm sido os mais prejudicados e, tendo por base este pressuposto, a política de Corbyn vem transmitir à esquerda uma identidade diferenciadora, afastando-se das esquerdas europeias dos últimos anos, que em muitos casos se confundiam com a direita moderada (caso do PS e PSD em Portugal em algumas situações), e retornando às origens do socialismo.

Do meu ponto de vista, esta vitória de Corbyn acontece sobretudo pela sua coragem em propor um modelo alternativo estruturado e credível, ou seja, existe ao mesmo tempo uma proposta alternativa ao “satus quo” da política dominante neo-liberal e a renovação da esquerda moderada que se tem mostrado esgotada e pouco diferente do já referido neo-liberalismo.

Depois das desilusões das outras esquerdas que se apresentavam muito animadoras para os defensores de uma forma diferente de encarar a Europa, personificados em França por Hollande, em Itália por Renzi, em Espanha por Turrión ou na Grécia por Tsipras, espero sinceramente que Corbyn seja o início de uma viragem na direcção política da União Europeia, uma lufada de ar fresco à fórmula liberal que tantos problemas tem causado aos portugueses e outros povos mais desfavorecidos da periferia europeia.

 

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