Estranhamente, nesta última semana, têm surgido notícias que, ao longo dos últimos quatro anos ninguém leu ou ouviu.
Ouve-se sobre a subida do rating de lixo para lixo menos tóxico; ouve-se que afinal os emigrantes saem do País porque querem e não porque precisam…enfim, o típico discurso de quem anda longe da população.
No tom humorístico que lhes é característico, Ricardo Araújo Pereira e a sua equipa, mostrou-nos aquela que foi o debate mais realista que Passos Coelho teve: o confronto com a Sra. de cor-de-rosa.
Esta senhora deu a cara por todas as senhoras (independentemente da cor) e disse na cara a Passos Coelho o que todos pensamos: Não há emprego criado após estágios, pelo menos para todos. Há reformas cortadas. Há famílias separadas porque pasme-se Sr. Primeiro Ministro, o País não lhes dá condições para construir a sua carreira.
Esta é a realidade, por muito que custe à PAF e aos seus apoiantes e, contrariamente aos membros do Governo, não falo de cor.
Há cerca de dois anos, constitui uma equipa que agora está partida em menos de metade porque grande parte dos seus membros emigrou. E emigrou porque se cansou de enviar candidaturas a cargos na sua área sem que ninguém os aceitasse, com muito, ou com pouco.
Tal como estes elementos, conheço outros tantos exactamente na mesma situação bem como outros tantos que não tiveram possibilidade de sair do País e que, contrariamente ao que o Sr. anda a apregoar, não encontram aqui qualquer oportunidade, dentro ou fora da sua área.
Conheço também outros tantos elementos que, após a conclusão do estágio não lhes viram ser dada uma oportunidade de trabalho no local onde se encontraram.
Como brilhantemente o Sr. fez questão de referir, também já vi mulheres que deram à luz os seus filhos e que agora os vêm partir, porque o seu País já não acredita neles.
Falar para salas com militantes e apoiantes é fácil. Ninguém critica e todos aplaudem.
Agora, tente o Sr. dizer o mesmo que diz nesses palanques às pessoas a quem prometeu mundos e fundos e não conseguiu cumprir.
Aí talvez o Sr. acorde e comece a ver o mundo real, cor-de-rosa ou não.
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