30 Janeiro 2015      12:22

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Licores do Alentejo Made in Alentejo

Licores do Alentejo é uma marca que se dedica à produção caseira e comercialização de licores feitos à base de frutos e ervas típicos da região Alentejo, como amora silvestre, romã, laranja, café, nozes, apenas para enumerar alguns. Fomos conhecer a história e o rosto do jovem André Canoa, que está a apostar na marca.

 

Tribuna Alentejo: Sabemos que a sua mãe teve uma grande influência na criação da marca, sobretudo porque em vossa casa nunca faltou licor caseiro, inicialmente feito por ela... Quer contar-nos essa história?

André Canoa: A produção de licores caseiros na família já vinha desde há muito. A minha mãe não deixou morrer esses saberes e manteve-os bem vivos. Começou por fazer para a família, em épocas especiais e posteriormente também para as amigas.

 

Costumo dizer que os licores são uma bebida individual, social e familiar, que tanto se bebe em casa, diariamente e depois das refeições (digestivo), como também entre família ou em qualquer evento social, em jeito de confraternização. É também uma bebida que sabe bem no inverno, porque aquece, e no verão (servir-se fria ou com gelo), porque arrefece.

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A produção dos licores é 100 por cento caseira e regional, exceção feita aos licores de chocolate e café, ainda que também o café seja torrefacto no Alentejo, em Campo Maior. Todos os restantes licores (Poejo, Menta, Bolota, Ginja, Geripapo, Folha de Figueira, Alfarroba, Noz, Amoras Silvestres, Romã, Uva, Morango) são colhidos por mim, nos campos, ou oferecidos por gente próxima aqui da vila.

 

Depois, os licores são feitos em casa, artesanalmente, com aguardente alentejana, sem corantes nem conservantes, o que lhe confere um sabor genuíno, aveludado e sereno, uns mais vigorosos que outros, conforme o gosto de cada pessoa. Para finalizar, o engarrafamento e a aplicação dos rótulos também é feita por mim, de forma artesanal. Dizer que o logotipo foi concebido por uma prima minha, estudante de design na Dinamarca - Viviana Garcia.

 

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TA: Em que momento da sua vida decidiu passar a comercializar um produto que até então era somente para consumo doméstico?

AC: Tudo começou na Feira de Artes, Artesanato e Saberes – FAAS, que é realizada anualmente na nossa vila. O feedback das pessoas foi muito positivo e como estava sem trabalho, foi a minha irmã que me despertou o interesse em impulsionar a ideia e agarrar a oportunidade.

 

A legalização da marca está em fase de conclusão e dentro de dias, esperamos, queremos estar nas melhores mercearias e lojas gourmet do país, bem como em várias exposições/feiras temáticas. Nas feiras temos disponível o licor em copo (chocolate e plástico), uma mais-valia para quem nos visita.

 

TA: Quer falar-nos um pouco de si, da sua formação?

AC: Sou formado em Comunicação Social – jornalismo. Fiz recentemente 30 anos. Trabalhei de forma permanente em órgãos regionais alentejanos (rádio e imprensa) e também como freelancer para órgãos nacionais (imprensa). O gosto pelo desporto, futebol em particular, fez-me também avançar com um blog – Alentejo e Desporto – que recebe cerca de mil visitas diárias, de leitores de toda a parte do mundo. Sou também jogador de futebol amador (Juventude de Évora).

 

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TA: Se tivesse de eleger três licores alentejanos como os mais apreciados (baseando-se no número de vendas ou na opinião de quem já os provou) quais seriam eles? Pode escolher quatro!

AC: É difícil eleger este ou aquele sabor porque depende dos gostos de cada pessoa. No entanto, posso adiantar que os licores de Bolota, Poejo, Geripapo ou Chocolate são bastante apreciados. Mas destacava mais quatro: Menta, Ginja, Alfarroba e Folha de Figueira. Uns são mais doces que outros mas todos eles são deliciosos. Sabem ao Alentejo.

 

TA: E quanto ao marketing? Que estratégia de promoção usa para divulgar estes licores para além das redes sociais?

AC: Para já estamos no facebook (www.facebook.com/licoresalentejo) mas a estratégia de marketing passa pela criação de um site com vendas online, demonstrações do produto, implementação em locais estratégicos, aliando-o ao turismo. Gostaria de realçar o seguinte: para além do licor em si, e tal como o nome indica, este é um produto regional gastronómico, identificativo do Alentejo. Aproveitando o reconhecimento dos vinhos alentejanos, queremos também que os Licores do Alentejo sejam uma imagem de marca da região.

 

TA: Os licores vão ser vendidos em garrafas de 250ml ou 500 ml. Os preços variam entre que valores?

AC: Os preços vão variar entre os 9 euros (250ml) e 16 euros (500ml). Teremos também um conjunto de dois licores, com sabores diferenciados, de 100ml, pelo preço de 12 euros. Uma boa sugestão para um presente de aniversário ou outro, criativo e típico. Em breve teremos mais novidades sobre novos produtos.

 

TA: Se um dos nossos leitores quiser comprar os Licores do Alentejo, como o poderá fazer?  

AC: Poderá fazê-lo através de encomenda: via facebook (www.facebook.com/licoresalentejo), e-mail (kanoa15@gmail.com) ou por telefone 91 923 9915. Brevemente e tal como disse atrás, esperamos estar numa loja gourmet/mercearia perto de si!

 

TA: Tem em vista a internacionalização desta marca?

AC: A médio, longo prazo, sim. Nem poderia ser de outra forma, até porque temos a vizinha Espanha mesmo aqui ao lado. Mas para já há que implementar a marca na região, primeiro, no resto do país, depois, de forma sustentada. Referir que nunca iremos abdicar das vendas em detrimento da qualidade do produto, ou seja, vender sim, mas sempre numa dinâmica de relação produção/qualidade. É fundamental manter a qualidade do produto, é isso que nos diferencia dos demais.

TA: Há alguma mensagem que queira deixar aos nossos leitores e aos apreciadores de licor alentejano?

AC: Resta-me lançar o repto para que provem os Licores do Alentejo, do nosso querido Alentejo. Como se costuma dizer: “é boa pinga!”. Garantidamente, de qualidade. Este é um produto nosso e que representa os saberes das nossas gentes, um dos tesouros da região. É importante sermos "nacionalistas" nos hábitos de consumo, quer pela garantia de qualidade, quer pela noção de crescimento económico.