Esta semana rebentou mais uma polémica a envolver o Jornal Correio da Manhã. No entanto, desta feita não foi por alguma notícia muito pouco crível que fosse publicada.
Por decisão judicial, o Correio da Manhã e a sua estação de televisão foram impedidos de voltar a publicar notícia sobre a “Operação Marquês”.
Rapidamente vieram a lume acusações de censura e até mesmo um movimento auto-denominado “Je Suis CM”, numa tentativa vã de alusão ao sucedido com o jornal e os cartoonistas do “Charlie Hebdo”.
Este tipo de tentativa de colagem espelha em tudo o que o CM é, independentemente dos alvos das suas notícias.
O que é facto é que rara é a notícia dada por este jornal que não venha a ser rapidamente desmentida pela realidade. Portanto, acusar os juízes de censura quando o que foi feito foi a defesa da verdade é, no mínimo, irónico.
É, sem dúvida uma decisão inédita por parte dos tribunais portugueses e que merece a devida análise em virtude de existir a possibilidade de novas decisões do género, no âmbito de processos diferentes que se encontram em curso.
O jornalismo em Portugal está a atravessar uma das suas fases mais negras, com desrespeito pelo segredo de justiça, pela pluralidade de opiniões e numa impunidade quase assustadora.
Decisões como estas devem certamente ser tomadas com a devida prudência, sendo que, em determinados casos são mesmo fundamentais.
Creio que o da “Operação Marquês” é um desses dado que, desde o início o respeito pelos seus intervenientes tem sido nulo, propagando-se mentira atrás de mentira com o único objectivo de vender, sem respeito nem pelos lesados e muito menos pelos seus leitores.
“Je ne suis pas CM” por um motivo muito simples: sou a favor da liberdade de expressão mas, acima de tudo, sou a favor do respeito e da integridade no exercício de cada profissão e isso, infelizmente, não se tem verificado naquele jornal.
“Dura lex, sed lex”.