6 Outubro 2020      09:00

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Baixo Alentejo é a região do país com menor esperança média de vida

O Baixo Alentejo (que para efeitos estatísticos corresponde ao distrito de Beja sem o concelho de Odemira) é a região de Portugal Continental com menor esperança média de vida à nascença, avançam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), citados pela Rádio Pax.

Segundo o INE, entre 2017 e 2019 a “longevidade geral” da população do Baixo Alentejo foi de 78,67 anos, sendo que a esperança média de vida à nascença no conjunto do território nacional foi estimada em 80,93 anos.

Já na região norte do país o valor é mais elevado: vive-se, em média, 81,33 anos, mais três do que no Baixo Alentejo onde, aos 65 anos, é calculada uma esperança de vida de 18,45 anos.

Maria Cristina Faria, coordenadora do Observatório das Dinâmicas do Envelhecimento no Alentejo, explica que “a esperança de vida à nascença surge como um indicador com significado na análise da mortalidade das populações porque expressa com rigor as condições de saúde em cada momento do tempo e reflete a sua qualidade de vida”.

Ainda de acordo com os dados do INE, as principais causas de morte estão relacionadas com a falência do sistema circulatório, doenças do foro oncológico e doenças respiratórias. Também os tumores malignos são bastante frequentes, maioritariamente nos homens. Em contrapartida, as doenças do sistema circulatório são mais frequentemente nas mulheres.

Maria Cristina Faria realça também que “para os valores da esperança de vida à nascença e aos 65 anos” serem menores no Baixo Alentejo existem “por certo razões para essas evidências que convém aprofundar melhor e identificar as causas para se poder agir em conformidade”.

Já a demografa Maria Filomena Mendes esclarece que estas situações podem ser explicadas através de dois fatores. Por um lado, “podem existir determinadas causas de morte que refletem o aumento do número de óbitos”. Por outro, “poderá haver uma distribuição dos óbitos em função da idade, ou seja, o aumento da mortalidade em idades mais jovens pode baixar o número de anos que se espera viver no Baixo Alentejo”.